sábado, 1 de agosto de 2009

Matéria da UOL sobre os cadidatos a presidência do PT

29/07/2009 - 07h03 Maioria dos candidatos à presidência do PT quer PMDB de Sarney ao lado de Dilma em 2010 Maurício Savarese Rodrigo Martins Do UOL Notícias Em São Paulo O próximo presidente do PT, que será eleito em novembro, não deve criar constrangimentos ao Palácio do Planalto com críticas ao senador José Sarney (PMDB-AP) nem à política de alianças que trocaria petistas por membros de outros partidos nas disputas de governos estaduais em 2010. Os candidatos das principais correntes que concorrem na votação interna consideram o apoio do PMDB essencial tanto para a governabilidade e como para a vitória da petista Dilma Rousseff nas eleições presidenciais do ano que vem. O que você acha das relações entre PT e PMDB? Deixe sua opinião O UOL Notícias entrevistou cinco dos seis candidatos à presidência do Diretório Nacional do PT - o favorito José Eduardo Dutra, da corrente Construindo Um Novo Brasil, preferiu não dar declarações enquanto não deixar a presidência da estatal BR Distribuidora. Mesmo assim, o atual presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirma que a vitória do seu companheiro de tendência, de preferência no primeiro turno, ajudaria o partido a eleger Dilma, manter seus cinco governadores e, a partir daí, ampliar sua base. "Para isso, é necessário reforçar a aliança com a atual base governista. Essa deve ser uma meta do PT. O PMDB, por exemplo, tem lideranças políticas regionais importantes e há Estados em que o PT pode fazer aliança. É algo que tem naturalidade, tem coerência política, passando pela eleição interna do partido", afirmou, depois de perguntado sobre a importância de Sarney e outros próceres peemedebistas para a disputa presidencial. Leia outras notícias Lula lançará novo PAC no início do ano eleitoral Lula diz que senadores não podem permitir desgaste do Senado Ação contra Sarney faz PMDB declarar guerra ao PSDB PSDB entra com representações contra Sarney; PSOL promete mais uma Relembre os escândalos do Congresso neste ano Dutra, ex-senador por Sergipe e ex-presidente da Petrobras, deverá ter apoio de mais duas correntes internas já no primeiro turno - a PT de Lutas e Massas, ligada à ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, e a Novos Rumos, do deputado Cândido Vacarezza (SP), próximo do ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu. "Na minha eleição eu não tinha todo esse apoio. O Dutra tem o perfil de que o PT precisa para formar um quadro vitorioso para as eleições de 2010", disse Berzoini, ex-ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afinado com o Palácio do Planalto. O principal adversário de Dutra na eleição, o deputado José Eduardo Cardozo (SP), também é favorável à proximidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente do Senado. Para ele, os ataques a Sarney - acusado de privilegiar parentes e assessores em indicações para cargos e de fechar os olhos para o uso indevido de recursos públicos por parlamentares - servem apenas para "desviar o foco da falta de discurso da oposição". "Todas as forças políticas que estão ao redor do governo Lula são importantes para o processo do ano que vem. O PMDB é um partido importante, tem densidade eleitoral e capilaridade. É natural que busquemos diálogo com os líderes do partido", afirmou Cardozo, vinculado à corrente Mensagem ao Partido, a mesma do ministro da Justiça, Tarso Genro. "A questão do Sarney tem de ser tratada como um capítulo à parte, não deve interferir nessa construção da aliança. Mas não podemos deixar de notar que, embora desejemos todos os esclarecimentos necessários, a oposição não tem discurso e busca criar incômodos ao governo, à governabilidade", completou ele, que negou os relatos de que assumiria o Ministério da Justiça caso Genro deixe a pasta para disputar o governo do Rio Grande do Sul - o prazo de desincompatibilização vence depois das eleições internas do PT. Moderação Candidatos de duas tendências minoritárias fazem defesa menos entusiasmada da aliança do governo Lula com representantes de uma política que consideram conservadora e distante das classes populares. O deputado Geraldo Magela (DF), do Movimento PT, desconversou sobre a proximidade do governo com Sarney, criticado agora até por senadores petistas, e afirmou que o importante é "pensar no futuro". Por isso mesmo, é mais reticente sobre substituir petistas na cabeça de chapa por membros de outros partidos. "A governabilidade, o PMDB e os partidos que fazem a coalizão são muito importantes. No processo eleitoral, é preciso fazer uma aliança forte sem anular o PT. Queremos uma aliança que garanta a eleição da nossa candidata e a governabilidade depois. O PT tem força suficiente em muitos Estados para sair vitorioso, por isso defendemos candidaturas próprias", disse. Para deputada Iriny Lopes (PT-ES), candidata pela corrente Articulação de Esquerda, o partido precisa reconstituir uma sólida aliança com os partidos de esquerda, mesmo que eles não tragam tantos votos no Congresso. "Isso não significa que o PT não deva buscar o apoio do PMDB, que é um aliado importante. Mas não podemos mais apostar todas as fichas no mesmo partido, de maneira quase exclusiva, sob o risco de perdemos a ligação com as classes populares", avalia. "Precisamos estreitar relações com PDT, PSB, PCdoB, legendas que sempre defenderam bandeiras semelhantes às nossas". Sobre a crise no Senado, ela mostra desconforto. "É imprescindível uma investigação criteriosa das denúncias, doa a quem doer. Sempre que o investigado possui uma posição de comando, como neste caso, causa estranheza que ele permaneça", afirma. "Mas entendo o empenho do presidente Lula de evitar uma mudança e uma disputa política no Senado a um ano das eleições. A oposição só quer desestabilizar um governo popular, que tem dado respostas às históricas demandas sociais do país. Daí esse denuncismo irresponsável. Desde o início do governo é assim." Dissonantes Militante histórico do PT, Markus Sokol, da chapa Terra, Trabalho e Soberania, não poupa críticas a Sarney nem às alianças que o partido tem feito para governar - agiu da mesma maneira em 2002 e em 2006. Ele se diz surpreso com a falta de reação da direção da sigla às denúncias contra o presidente do Senado e vê na proximidade entre ele e Lula um problema sério para os petistas. "Essa política nacional de alianças afastou o partido das suas bases. A governabilidade construída a quatro paredes contribuiu para isso. São alianças que afetam a todos no partido: essa política não privilegia nem atrapalha conforme a sua ala. É algo que agride ao PT como instituição", comentou. "Nessa eleição para a presidência do partido eu não vejo outro nome além do meu capaz de conduzir o PT conforme a sua trajetória." Candidato pela tendência Esquerda Marxista, criada em abril de 2007, Serge Goulart critica o esforço de Lula para costurar e manter alianças com o que chama de "partidos burgueses". "O PT precisa romper imediatamente com o PMDB e qualquer outra legenda que não tem um compromisso histórico com o socialismo", avalia. "Lula dá sustentação ao Sarney porque o governo depende do PMDB para governar. Mas, ao fazer isso, se afasta do povo. Hugo Chávez [presidente da Venezuela], ao eleger-se pela primeira vez, não tinha mais de 37% dos votos e meia dúzia de parlamentares. Sem ceder aos partidos de direita, hoje tem a maioria dos votos e domina o Parlamento." As eleições internas do PT serão realizadas dia 22 de novembro. Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/2009/07/29/ult5773u1836.jhtm

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