terça-feira, 30 de março de 2010

Ato contra o pagamento da dívida Externa Argentina

Organizações de esquerda protestaram, em Buenos Aries, contra o pagamento da divida externa Argentina. O protesto contou com a participação de cerca 2 mil pessoas. Os manifestantes ocuparam as principais ruas de acesso ao Congresso Nacional Argentino.

Assinaram a convocatória da mobilização cerca de 40 organizações, entre partidos, movimentos sociais e sindicatos. Segundo o deputado do Movimiento Proyecto Sur, Júlio Raffo: “A mobilização de hoje sintetiza uma luta de muitos anos.”

Os manifestantes acusam a dívida externa de ser ilegal e criticam o Governo por estar usando as reservas do banco central para pagar os juros da divida externa.

Pino Solanas, Deputado Federal do Movimiento Proyecto Sur, afirma que pagar a dívida é “pagar um roubo”. Para ele, o dinheiro deveria ser usado em benefício do povo, como para criar escolas e hospitais.

O ato disperso na Plaza de Mayo.

João Diego

Vídeo do ato contra o pagamento da divida externa Argentina

segunda-feira, 29 de março de 2010

No al pago de la deuda ilegítima y fraudulenta: Martes 30 de marzo, 16 hs. todos a Congreso

Este martes 30 el Movimiento Proyecto Sur se moviliza junto a una enorme cantidad de organizaciones sociales y políticas, para apoyar los proyectos de ley exigiendo la auditoría de la deuda externa, con el objetivo de no pagar la deuda ilegítima y fraudulenta. Nuestra propuesta:

Uso de las Reservas para la constitución del Fondo Nacional de Desarrollo

La propuesta es utilizar la misma magnitud que tiene asignado el Decreto oficial, pero asociándola con la Creación de Riquezas, expresadas en:

- Industria Ferroviaria. Fomento a las industrias locales, conexión de pueblos, disminución de los accidentes viales y la contaminación ambiental

- Petrolera Estatal que permita capturar las extraordinarias ganancias de este sector.
Recuperación de la industria naval.

- Constitución del Fondo para la Ampliación y Modernización Productiva.

Revisión integral de la deuda

Este debe ser el primer paso a encarar por el Congreso. Es inconcebible que luego de más de 26 años de recuperación de la Democracia y a pesar de que ya ha pasado una década del fallo del juez Ballesteros sobre la ilegalidad e ilegitimidad de la deuda, el Congreso nunca conformó la Comisión para el tratamiento de la deuda pública.

sexta-feira, 12 de março de 2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

A PROTEÇÃO DAS MÃES E A LUTA PELA ELEVAÇÃO DO NÍVEL CULTURAL


Discurso de Leon Trotsky à 3ª Conferência Sindical sobre Proteção às Mães e às Crianças, realizada em 7 de Dezembro de 1925 em Moscou.
 
Camaradas!

Vossa Conferência é importante porque o conteúdo das discussões demonstra que a construção de uma nova cultura socialista está sedo levada a cabo sob várias perspectivas simultaneamente.

Somente ontem, tive a oportunidade de conhecer as teses apresentadas em vossa Conferência e ainda não tive tempo de analisá-las a fundo. Mas o que salta aos olhos desde a primeira leitura, ainda que não esteja diretamente envolvido no processo (embora ninguém tenha o direito de permanecer à margem deste) é que vosso trabalho adquiriu uma extraordinária profundidade e concretude. Desde os problemas nebulosos sobre todos os aspectos da nossa cultura e nossa vida, que discutíamos em 1918 e 1919, temos avançado até o pensamento e a atividade concretos, sem perder a perspectiva futura nem cair no desalento. E isso significa um grande avanço, que se expressa amplamente nas teses sobre a proteção às mães e às crianças.

Camaradas, o que mais me chamou a atenção (e suponho que o mesmo deve suceder-se com todo leitor das teses) foi a taxa de mortalidade infantil incluída no trabalho da camarada Lebedeva. Assombrou-me. Provavelmente vocês já discutiram a questão muito mais concretamente, mas ainda que correndo o risco de ser repetitivo, vou abordar expressamente esse ponto.

A taxa compara a mortalidade infantil até um ano de idade de 1913 a 1923. São corretos esses dados? Essa é a primeira questão que proponho a mim e a vocês. De todo modo, isso poderá ser verificado. Creio que a taxa deve ser separada das teses e publicada em toda a imprensa soviética e partidária, como elemento muito valioso de nosso inventário cultural socialista.

Segundo essa taxa, em 1913 a porcentagem de mortalidade infantil até um ano de idade na província de Vladimir era de 29%; agora desceu para 17,5%. Na província de Moscou era de quase 28%, agora desceu a 14%. E em 1913 a Rússia era consideravelmente mais rica do que agora. Nós estamos nos aproximando do nível produtivo de 1913, mas não de acumulação; faltará muito tempo até que alcancemos esse nível.

Todo o país deve conhecer essas estatísticas e elas devem ser constatadas publicamente. É surpreendente que a taxa de mortalidade caia tanto com o desenvolvimento tão baixo das forças produtivas e de acumulação no país. Se é assim, então temos diante de nós a realização mais importante da nossa nova cultura e do nosso esforço como organização. Se é assim, isto tem que ser tornado público não somente em nosso país, mas em todo o mundo.

É muito gratificante ter tido êxito na superação das condições do período pré-guerra, mas elas não podem ser nosso parâmetro. Devemos buscar outro, por enquanto no mundo civilizado capitalista: qual é o nível de mortalidade infantil na Alemanha, França, Inglaterra, América?

No que diz respeito ao trabalho industrial e agrícola, observamos o mesmo processo: até ontem, trabalhamos com os olhos postos no nível do pré-guerra. Dizemos: nossa indústria no passado chegava a 75% do nível pré-guerra; este ano, partindo de 1º de outubro, chegará, digamos, a 95%. E se as coisas forem bem, a 100%. Já não temos que enfrentar as pressões econômicas, militares e culturais que se abatem sobre nós vindas do exterior. Os inimigos capitalistas são mais cultos e mais poderosos que nós; sua indústria é superior à nossa, e é possível que, apesar da estrutura capitalista que prevalece entre eles, a mortalidade infantil em alguns de seus países seja menor do que a nossa atual.

Portanto, me parece que esta estatística deve passar a ser um limite superado e um ponto de partida para vosso trabalho. Ao verificá-la e levá-la ao conhecimento público, diremos: de agora em diante, não faremos mais comparações com nosso nível anterior à guerra, mas sim com os países de mais baixo nível cultural.

O destino da mãe e do filho, esquematicamente falando, ou seja, tomando os aspectos mais básicos, depende, em primeiro lugar, do desenvolvimento das forças produtivas, e, em segundo lugar, da distribuição da riqueza entre os membros da sociedade, quer dizer, da estrutura social. Um Estado pode ser capitalista, socialmente estar numa etapa inferior do que um Estado socialista, e, ainda assim, ser mais rico que este. Essa é precisamente a situação que a história nos apresenta atualmente: os principais países capitalistas são incomparavelmente mais ricos que nós, mas seu sistema de distribuição e de consumo pertence a uma etapa histórica prévia. Nossa estrutura social, pelas possibilidades que encerra, deve aspirar a alcançar critérios, padrões e objetivos incomparavelmente superiores aos do capitalismo. Mas como o capitalismo é ainda incomparavelmente mais rico que nós, nossa tarefa imediata deve ser alcançá-lo, para logo deixá-lo para trás. Isto significa que, depois de haver superado um limite, o do nível pré-guerra, devemos nos impor uma segunda tarefa: igualar o mais rápido possível as melhores realizações dos países capitalistas mais avançados, nos quais a atenção às mulheres e filhos dos trabalhadores está determinada pelo que favorece a classe burguesa.

Vocês poderiam se perguntar qual sentido tem o trabalho da vossa organização se a situação da mãe e do filho depende em primeira instância do desenvolvimento das forças produtivas do país, e somente em segundo lugar da estrutura social, do modo de distribuição e consumo das riquezas. Qualquer estrutura social, inclusive a socialista, pode ver-se confrontada com a situação de contar com os meios materiais necessários para obter um determinado avanço, mas ainda assim não poder realizá-lo. As tradições servis, a estupidez conservadora, a falta de iniciativa para destruir velhas formas de vida, também se encontram na estrutura socialista como remanescentes do passado. E a tarefa do nosso partido e das organizações sociais que ele dirige, tais como a vossa, é extirpar os costumes e a psicologia do passado, e evitar que as condições de vida mantenham-se num nível inferior ao permitido pelas possibilidades socioeconômicas.

À parte a tecnologia, o grande problema consiste na pressão do Ocidente. Participamos do mercado europeu: compramos e vendemos. Como comerciantes, nós, quer dizer, o Estado, queremos vender caro e comprar barato; para vender bem é preciso produzir barato, quer dizer, necessita-se de um alto nível tecnológico e de organização da produção.

Isto significa que, ao participar do mercado mundial, começamos a competir com a tecnologia européia e americana. E nisto, queiramos ou não, temos que avançar. Todos os problemas da nossa estrutura social, entre os quais se inclui o destino das mães e dos filhos, dependem do êxito com que encaremos essa competência mundial. Todos temos claro que em nosso país temos ajustado contas com a burguesia, que sob a base da NEP nossa indústria estatal floresce e se desenvolve, que não há perigo de que o industrial privado compita com a indústria estatal no mercado. Mas no mercado internacional o competidor é mais forte, mais poderoso, mais educado. O desafio econômico que devemos vencer é alcançar a tecnologia européia e americana para depois superá-la.

Ontem inauguramos uma fábrica a 130 quilômetros de Moscou, em Shatura. Ela significa um grande avanço técnico. Está construída sobre um rio. Se conseguirmos transformar em eletricidade toda a energia latente em nossos rios, as mulheres e as crianças se beneficiarão com isso. A celebração de honra dos construtores desta fábrica foi uma demonstração do que é nossa cultura e de todas as suas contradições.

Entre Shatura e Moscou olhávamos a paisagem pela janela do trem. Selvas e pântanos intransitáveis, tal como eram já no século XVII. Por certo, a revolução mudou a cultura de nossos povos, sobretudo dos mais próximos a Moscou, mas... quantos sinais há de mediavelismo, de atraso aterrador, sobretudo nas relações familiares.

Sim, é certo que vocês, pela primeira vez, obtiveram grandes triunfos nas aldeias, pelos quais merecem a felicitação de todo cidadão soviético consciente. Mas as vossas teses de nenhuma maneira ocultam que ainda há muita ignorância em todas as aldeias, inclusive nas que estão no caminho entre Moscou e Shatura. Ela terá que ser superada ao nível de Moscou e de Shatura, porque Shatura significa a tecnologia mais avançada, na qual se baseia a eletrificação. Aqui podemos recordar uma vez mais as palavras de Lênin de que socialismo quer dizer poder soviético mais eletrificação.

Impulsionar as mudanças nos costumes para que acompanhem aos avanços tecnológicos é uma das vossas tarefas mais importantes, pois a vida cotidiana é terrivelmente conservadora, incomparavelmente mais conservadora do que a técnica. O camponês e a camponesa, o operário e a operária não contam com exemplos atraentes do novo, nem sentem a necessidade de segui-los. No que concerne à tecnologia, a América nos disse: "construam Shatura ou nós comeremos vosso socialismo, sem deixar nem os ossos". Mas a vida cotidiana não acusa estes golpes diretamente; portanto, ali a iniciativa do trabalho social faz-se especialmente necessária.

Já mencionei que, pela leitura das teses, compreendi o quão profundamente vocês têm penetrado no campo. E. A. Feder, em seu trabalho, assinala não somente a grande necessidade nas aldeias de centros de cuidado infantil, mas também até que ponto o campesinato está consciente de sua necessidade. Mas não faz muito - em 1918 e 1919 - havia uma grande desconfiança nestes centros, inclusive nas cidades. Constitui uma grande vitória que a nova ordem social já tenha chegado à família camponesa através desta via. Pois a família camponesa também se reconstruirá gradualmente.

Como era a nossa velha cultura no que diz respeito à família e à vida cotidiana? No cume estava a nobreza, que estampou o selo da mediocridade, baseando-se na ignorância e no obscurantismo, sobre toda a vida social. Nosso proletariado, que surgiu do campesinato, alcançou facilmente o europeu, em 30 ou 50 anos, no terreno da luta de classes e da política revolucionária. Mas ainda persistem, também no proletariado, resquícios do velho, sobretudo em suas concepções morais sobre a família e a vida cotidiana. E o mesmo ocorre com os intelectuais de origem pequeno-burguesa. Não se trata de empreender a tarefa utópica de transformar a velha família com argumentos de tipo jurídico. Mas, dentro das possibilidades materiais atuais, das condições de desenvolvimento social já garantidas, deve-se atuar, também nos aspectos legais, como para orientar a família até o futuro. No momento não vou me referir à lei sobre o matrimônio, que está em discussão, e sobre a qual me reservo o direito de opinar. Mas imagino que vossa organização também participará na luta por obter uma correta lei matrimonial.

Gostaria de mencionar apenas um argumento que me chocou. É sinteticamente o seguinte: como se pode garantir à mãe solteira os mesmos direitos de receber ajuda do pai que tem a mãe casada? Alguns dizem que isto poderia estimular um tipo de relação que não prosperaria se a lei não outorgasse esse direito à mãe solteira.

Camaradas, isto é tão monstruoso que chego a me perguntar: estamos realmente em uma sociedade que marcha até o socialismo, como em Moscou e Shatura, ou em algum lugar da selva que separa Moscou de Shatura? Essa atitude sobre a mulher não somente não é comunista, como é reacionária no pior sentido da palavra. Como podemos pensar em nosso país que não se deve respeitar qualquer direito da mulher, que é quem suporta as conseqüências de toda união conjugal, por transitória que esta seja? Não creio que seja necessário demonstrar a monstruosidade que implica este modo de propor a questão. É um sintoma de que ainda temos arraigados muitos costumes, concepções e prejuízos que é necessário extirpar.

A luta por melhorar a condição das mães e das crianças neste momento é a mesma que a luta contra o alcoolismo. Desgraçadamente, não encontrei nenhum trabalho sobre o alcoolismo entre vossas teses. Como cheguei muito tarde, não posso pedir que o ponto seja incluído no temário desta reunião, mas solicitarei que esteja no próximo Congresso e, sobretudo, que esteja na pauta do vosso trabalho habitual.

Se encararmos a situação das mães e das crianças em suas ligações com outras questões, fundamentalmente o alcoolismo, nos daremos conta de que a tarefa básica é de elevar a personalidade humana. A propaganda abstrata ou os sermões não ajudarão nesse sentido. As disposições legais sobre proteção da mulher e da criança nos períodos mais difíceis de sua vida são absolutamente necessárias, e se extremarmos a legislação não será em favor do pai, mais sim da mãe e da criança. E o faremos tendo em conta que os direitos da mulher, por mais que se garantam juridicamente, em virtude da moral reinante e dos costumes, não estarão totalmente assegurados até que cheguemos ao socialismo e, mais ainda, ao comunismo. É, portanto, necessário, dar todo apoio jurídico possível à mãe e à criança, para orientar a luta em várias direções, inclusive contra o alcoolismo. Num futuro próximo, isto se constituirá num aspecto muito importante do nosso trabalho. Mas o fundamental, repito, é elevar a personalidade humana. Quanto melhor é um homem espiritualmente, de acordo com seus interesses e nível, tanto mais exige de si mesmo e de seus amigos, homens ou mulheres; na medida que as exigências sejam mútuas, a relação será mais sólida, mais difícil de romper. Isso significa que a tarefa básica se resolve em todos os campos do nosso trabalho social para o desenvolvimento da indústria, da agricultura, do bem-estar, da cultura, do conhecimento. Tudo isso não leva a relações caóticas, mas sim, ao contrário, a relações mais estáveis, que, em última instância, não necessitaria de nenhuma regulamentação legal.

Voltando ao trabalho no campo, gostaria de citar as nossas comunas agrícolas. Não faz muito, visitei duas grandes comunas agrícolas, uma na região de Zaporozh, na Ucrânia, e a outra na região de Tersk, no norte do Cáucaso. Por certo, não se constituem numa "Shatura" de nosso modo de vida, ou seja, não podemos dizer que são o modelo da nova família como a fábrica de Shatura o é para a nova tecnologia, mas não há dúvidas de que se constituem num avanço, sobretudo se comparadas com o que as rodeia no campo. Na comuna há facilidades para a criação dos filhos, que se subvencionam com o trabalho cooperativo. Há uma habitação para as meninas e outra para os meninos. Em Zaporozh, onde um dos membros da comuna é artista, as paredes das habitações das crianças estão muito bem decoradas com pinturas. Tem cozinha e refeitório comuns, e uma parte é destinada a biblioteca e clube. É realmente um pequeno reino infantil. Indubitavelmente, significa um grande avanço com respeito à família camponesa. A mulher da comuna pode realmente sentir-se um ser humano.

Por certo, camaradas, sou totalmente consciente de que este, em primeiro lugar, é somente, um pequeno oásis e, em segundo lugar, não está garantida a sua sobrevivência, já que a produtividade do trabalho nestas comunas ainda não está assegurada. Mas, falando em termos gerais, toda nova forma social dará resultados se nela a produtividade não se estancar ou declinar. A construção do socialismo, ao assegurar a situação das mães e das crianças, somente será possível se a economia crescer. Se continuarmos na pobreza, o único destino que nos aguarda é o retorno à barbárie medieval. Mas as comunidades agrícolas são uma demonstração palpável das novas possibilidades abertas, especialmente valiosas na atualidade, em que o desenvolvimento da produção de mercadorias no campo está dando lugar ao surgimento de algumas formas de estratificação capitalista, entre os setores marginalizados dos kulaks e os camponeses pobres. Por isso para nós são tão importantes todas as soluções coletivas dos problemas econômicos, domésticos, culturais e familiares.

O fato de que o campo, como se assinala nas teses, apóie cada vez em maior medida o estabelecimento de centros de educação infantil, que até agora não existiam, e que este apoio tenha começado pelas famílias camponesas pobres e se tenha estendido até os setores médios, é de uma importância colossal. Mas ao mesmo tempo devemos fazer de cada aldeia uma pequena "Shatura" da produção e da vida familiar e doméstica, quer dizer, comunas agrícolas. Creio que vocês devem prestar especial atenção a elas, desde o ponto de vista de sua estrutura social e doméstica e da situação das mães e das crianças nelas.

Interessou-me muito a atitude do campesinato na comuna. É um "faro" comunista. "Faro" é uma palavra que mostra o caminho. E devemos proclamar que este faro brilha numa região habitada fundamentalmente por cossacos e seitas religiosas (batistas etc., que são elementos bastante conservadores), mas que não demonstram hostilidade diante das comunas. Este é um verdadeiro triunfo.

Alguns camaradas comentaram comigo que há círculos soviéticos em que se opina que as comunas agrícolas estão fora de lugar, pois seriam demasiado avançadas para nossa época. Isso não é certo. A comuna é um dos embriões do amanhã. Por certo, o trabalho preparatório fundamental será levado a cabo sobre aspectos mais básicos: o desenvolvimento da indústria, sem o qual não será possível a industrialização da agricultura, e as formas cooperativas de distribuição dos benefícios econômicos, elementos essenciais para atrair até o socialismo o campesinato médio. Mas junto com isto, contar com tais modelos de novas formas econômicas e novas atitudes familiares e domésticas no campo também significa preparar o amanhã desde já, ajudar a desenvolver uma nova concepção sobre a mulher e a criança.

Os marxistas dizem que o valor de uma estrutura social está determinado pelo desenvolvimento das forças produtivas. Isto é indiscutível. Mas também podemos aproximar o problema da outra ponta do novelo. O desenvolvimento das forças produtivas não é necessário em si mesmo. Em última instância, o desenvolvimento das forças produtivas é necessário para construir as bases de uma nova personalidade humana, consciente, que não obedeça a nenhum amo na Terra, que não tema a nenhum senhor que esteja no céu; uma personalidade humana que resuma em si mesma o melhor de tudo o que foi criado pelo pensamento de épocas passadas, que avance solidariamente com todos os homens, que crie novos valores culturais, que construa novas atitudes pessoais e familiares, superiores e mais nobres que as que se originaram na escravidão de classes.

Deste ponto de vista, devemos dizer que, provavelmente, durante muito tempo será possível avaliar uma sociedade por suas atitudes diante da mulher, diante da mãe e de seu filho; e isto não se aplica somente para a evolução da sociedade, mas também da personalidade individual. A mente humana não se desenvolve em forma homogênea em todas as suas partes. Vivemos uma época política, revolucionária, em que os operários e as operárias estão se desenvolvendo na luta política revolucionária. E aqueles estratos da consciência onde residem as concepções e tradições familiares, as relações dos homens entre si e com as mulheres e as crianças, em geral permanecem intactos. A revolução ainda não os despertou. A consciência social e política avança muito mais rapidamente, devido à estrutura do conjunto da sociedade e à época em que vivemos. Portanto, durante bastante tempo seguiremos construindo uma nova indústria, uma nova sociedade, mas no terreno das relações pessoais conservaremos muitas reminiscências medievais.

Lênin nos ensinou a avaliar os partidos da classe operária de acordo com a sua atitude, em particular e em geral, frente às nações oprimidas, frente às colônias. Por quê? Se tomarmos, por exemplo, o operário inglês, será relativamente fácil despertar nele a solidariedade com o proletariado de seu próprio país; participará nas greves e, inclusive, estará disposto a fazer a revolução. Mas que se sinta solidário com um operário chinês, que o trate como a um irmão explorado, será muito mais difícil, já que ele terá que romper com uma arrogância nacional solidificada durante séculos.

Da mesma maneira, camaradas, solidificou-se durante milênios, e não durante séculos, a posição do chefe da família diante da mulher e dos filhos. Tenhamos em conta que a mulher é a operária da família. Vocês devem ser a força moral que arrase com este conservadorismo enraizado na nossa velha natureza asiática.

E todo revolucionário consciente, todo comunista, todo operário e camponês progressista se sentirão obrigados a apoiar essa luta com todas as suas forças. Desejo-lhes grande êxito, camaradas, e, sobretudo, desejo que a opinião pública lhes preste mais atenção. Vosso trabalho, realmente purificador, deve difundir-se amplamente pela imprensa, para receber o apoio de todos os elementos progressistas do país, para que as ajudem a triunfar na reconstrução do nosso modo de vida e nossa cultura.
(Fortes aplausos).

terça-feira, 9 de março de 2010

Primeiro encontro de jovens do Movimiento Proyecto Sur







Por que sabemos, com certeza, que ao nos encontrarmos nos daremos conta que somos muito mais do que às vezes imaginamos; E quê, como a nós, em cada província, cidade ou Povoado da Argentina, há companheiros e companheiras batalhando na mesma direção.

Por que Também afirmamos que nos conhecermos e compartilharmos nossas experiências pessoais, de grupo e de território, nos fortalecerá na mística que temos construindo dia a dia com nossa militância, que se alimenta ao saber que Outro mundo é possível.

Esses são os parágrafos iniciais da convocatória do primeiro encontro de jovens do Movimiento Proyecto Sur. O encontro ocorre nos dias 13 e 14 de março, na Universidad de Lujan, província de Buenos Aries.

O encontro será realizado em forma de acampamento e tem o objetivo de ampliar as forças do movimento.  Segundo os organizadores, “estarão presentes todas as forças que integram o Movimiento Proyecto Sur”.

Dentro da programação do encontro haverá uma discussão sobre os cinco pontos Fundamentais do Movimiento Proyecto Sur e o tema dívida externa Argentina. Também estará presente Pino Solanas, principal dirigente do Movimento. Ele irá propor um evento para o dia 13 e 14 de março, chamado de: “Cabildos Abiertos para una verdadera emancipación nacional”, (Assembléia para uma verdadeira emancipação Nacional).

Apesar de o evento ser de jovens não há limite de idade para participar.

O que é o Proyecto Sur e quem é Pino Solanas?

O proyecto Sur é um movimento político, social e cultural que reivindica o respeito pela vida humana acima de todas as coisas. Plocamando como principios básicos a defesa do meio ambiente e da propriedade pública de nossos recursos naturais, como condição para alcançar uma atentica justiça social e garantia da soberanina nacional.

Esse movimento foi a grande expressão das ultimas eleições. Tendo o cineasta Pino solanas conseguido 1,4% dos votos, à frente de todos os outros candidatos de esquerda. 

João Diego de Buenos Aries. 

sábado, 6 de março de 2010

Darker Than Black

Um território anormal surge no Japão. Ele altera o céu. As estrelas agora representam pessoas com poderes especiais. São chamados de Contratantes. Pois seus poderes têm um preço. Um contrato. Beber, fumar, escrever poesia ou cantar. Eles precisam pagar pela quantidade de poder que utilizam das formas mais bizarras.

É nesse mundo que vive o contratante Hei. Personagem principal do anime Darker Than Black. Anime que estreou em 2007 no Japão e foi criado Tensai Okamura e Estúdio Bones.

A história

A história de Darker Than Black é lacunar. Tem várias coisas que não são bem explicadas. Como o portão que cerca o território anormal, por exemplo, todas sabem de sua existência, mas ninguém sabe direito o seu significado e porque está lá. O anime tem um personagem bem construindo. Hei tem um ar de mistério e ao mesmo tempo parece ser sensível aos humanos, quando deveria não ser, já que é um contratante.

Toda a história do anime gira em torno das investigações do Sindicato. Organização secreta que Hei participa. Essa organização está sempre buscando encontrar uma resposta para o mistério do portão.

Os Personagens

Hei, tem um olhar sempre triste. E quando ele encontra os outros para a próxima missão, mantêm o olhar sempre para o chão, com um ar de indiferença e tristeza. Ele não tem dificuldade para se inserir entre as pessoas. Muda sua personalidade com facilidade. Seu olhar triste passa para um olhar sério ou atencioso. Consegue fingir ser outra pessoa facilmente.

A solidão e frieza estão presentes em todos os contratantes, que segundo o que todos dizem, não tem sentimentos. Isso faz com que eles se submetam aos humanos, sempre vivendo para eles realizado trabalhos de espionagem.

Hei vive com Yin, Huang e Mao. Eles fazem parte do sindicato junto com Hei.

Yin é um Doll. Pessoas que agem como bonecos e têm poderes como um contratante. Em tese os Dolls, fazem apenas o que lhe mandam, sem manifestar qualquer reação, como sentimento ou prazer, mas Yim parece quebrar essa regra.

Huang é quem lidera a equipe. Ele passa as informações para hei. Não gosta de trabalhar com os Dolls nem com contratantes. Apesar parecer se preocupar com Hei.

Mao é um gato. Ele é um contratante que orienta Hei em campo. Por ser um gato, tem facilidade de fazer espionagem.

A existência de contratantes é escondida da população. Os governos se utilizam deles como espiões, pois são frios e calculistas. Perfeito para o trabalho.

O anime tem o mérito de ter personagens bem feitos. Com personalidade bem definida e rica. Por esse motivo vale a pena ver.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Mafalda

Desayuno

Bom, como já disse antes, vivo em uma casa com oito pessoas. Isso não prejudica minha privacidade. Fico boa parte do tempo no meu quarto e não sou incomodado. A maior perturbação é o barulho de alguma torcida de futebol, que passa aqui na rua. Eles parecem que vão para uma guerra. Ontem mesmo, tinha até a polícia escoltando.

Um lugar meio difícil de ficar só, é a conzinha, pois afinal todos há usam. No começo estranhei isso, pois no Brasil eu comia sozinho. Não levava menos de 10 minutos para comer. Fazia tudo bem rápido, pois estava sempre apurado. Aqui, sempre quando vou comer, tem alguém na cozinha, então ligo a TV, no cartoon ou no canal de notícia e fico conversando e assistindo. Confesso que isso tem sido divertido. Ver o cartoon é bem legal, agora de manhã estava vendo.

Ontem estávamos eu, o Dono da casa, Roberto, e o outro homem, que mora aqui por que brigou com a mulher e não lembro o nome dele. Mas bem, esse homem sempre toma cerveja na janta, ontem, resolveu mudar para Nescau. Roberto disse que foi uma boa mudança, mais saudável. Sempre discutimos futebol na cozinha. Roberto vive dizendo que o futebol brasileiro é bom, uma arte. Disse-me que na Argentina o juiz de futebol chama-se ”jefe, arbitro, pero tiene un sobrenombre también,cuando no hace bién su trabajo: hirro de puta...” achei bem engraçado. Começo a entender bem as piadas. Penso que isso significa que meu español tem melhorado.

Tenho estudado e quando tenho uma dúvida pergunto a Roberto. Esses dias eu fui perguntar a ele, se a palavra creído significa “se acham”, o outro homem, que não lembro o nome, estava ao seu lado. Disse-me que sim e um bom exemplo era Roberto.

Bom, de uma coisa eu sei, vai ser difícil perde o bom humor enquanto esse pessoal viver aqui.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Primeiras Impressões

Bom, faz cinco dias que estou em Buenos Aries, na Argentina. É muito bom estar em outro país. Tudo é novo! As pessoas, a comida, a música. É outra vida, distante de todos os meus amigos e família. Platão dizia quê: “aprender é mudar de hábito”, bom, eu mudei de país.

Estou vivendo no terceiro andar de um prédio, na Avenida Nazca, lateral da Avenida Rivadavia, número oitenta e cinco. Comigo vivem dois argentinos, três Peruanos e um Boliviano. Um dos Argentinos é o dono do local. Engenheiro aposentado de descendência alemã. Um homem culto. Lê muito, tem certa aversão a igreja, parece ter muito conhecimento sobre política e filosofia, me parece bom homem. O outro homem é mais melancólico. Parece que ele vive aqui por estar brigado com a mulher. Pelo menos foi o que Roberto disse. Os peruanos são duas peruanas e um peruano. Vieram à Argentina estudar. Meio tímidos muito parecidos com os paraguaios que conheci em Assunção. Conversei uma noite com eles. E permutaram se eu ouvia música Cristina. Queriam me converter e ficavam me perguntando muito se eu acreditava ou não em Deus. Bom, eu perguntei se viam anime. Quando disseram que sim, conversamos muito sobre isso. E acabamos nos esquecendo da Igreja, até que Roberto chegou, aí retomamos a discussão com uma forte crítica a igreja...

A casa onde eu vivo tem cento e poucos anos. Tem umas características interessantes. O chuveiro e a cozinha são com gás encanado. A máquina de lavar roupa deve ter um cem anos, assim como ferro de passar. Em compensação tem uma teve a cabo, com todos os canais. Eu posso ver muita coisa da TV argentina e ver o Cartoon também.

É um bom lugar para se viver e até agora está tudo bem, mas vejamos...