terça-feira, 7 de abril de 2009

A Moral e a Verdade na Luta pelo Socialismo

O socialismo é uma necessidade “Por burguesia compreende-se a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social, que empregam o trabalho assalariado. Por proletariado compreende-se a classe dos trabalhadores assalariados modernos que, privados de meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir.” (Nota de F. Engels à edição do Manifesto do Partido Comunista inglesa de 1888). A crise no capitalismo evidencia todas as contradições que até então pareciam ter desaparecido. O movimento operário entrou em refluxo, após a queda do muro de Berlim. Os conceitos como a livre concorrência, democracia burguesa, o estado, propriedade privada e todas as noções do mundo burguês pareciam inabaláveis e eternas. A crise abre uma nova etapa. Se arena política da luta de classes estava em combates isolados até então e se essa guerra estava dissimulada, a partir de agora se inicia um combate aberto e declarado, do proletariado contra a burguesia. Esse combate se trava entre duas concepções de mundo. De um lado os trabalhadores, homens que nada tem além de sua força de trabalho; de outro lado, à classe dominante, homens que possui os meios que produzem o que é necessário à vida. Os trabalhadores, representam à classe revolucionária, o progresso humano; a burguesia, a reação o não progresso, ignorância e o total ceticismo e misticismo de pensamento. A crise abre o caminho para a revolução e para o fascismo. Para o socialismo e para a barbárie. Estão esgotadas todas as possibilidades do capitalismo, o desemprego e a miséria crescente da população é apenas o começo do caos que podemos chegar. Diante disso, devemos pensar sobre o que fazer? Se estivermos diante de um apocalipse, o que fazer?! Rezar, não é uma boa alternativa, afinal, se medirmos a eficácia da reza para solucionar nossos problemas econômicos, políticos e sociais ela não tem funcionado, pois tanto o Papa como a burguesia, reza e abençoa dia-a-dia suas empresas e seu estado etc. Mas, se rezar não resolve o que fazer? Lutar! Mas para lutar não basta vontade apenas, é preciso apreender o método revolucionário desenvolvido pela experiência dos trabalhadores do mundo todo, em toda a sua história. Precisamos de um partido, que rompa com as noções de verdade, moral e ética burguesa. Esse partido, precisa romper com essas noções, pois sua luta é para transformação de toda a sociedade capitalista em uma sociedade socialista. Os fins justificam os meios? “As idéias da classe dominante são, em todas as épocas, as idéias dominantes.” - Marx e Engels, A ideologia alemã. A burguesia tem o estado, o exército, a justiça, a mídia etc. Ela tem todas as armas, enquanto os trabalhadores têm somente a sua capacidade de organização. Na luta pela construção de uma sociedade socialista devemos entender que nosso inimigo usará de todas as armas para nos destruir. Não pensará duas vezes em mandar matar, mentir, roubar e destruir. Sua moral está subjetiva aos fins dos lucros. O grupo dirigente dos trabalhadores (suas lideranças), sempre esbarra nesse problema de método quando resolve entrar em combate. Afinal, mentir, matar e roubar é extremante condenável a quem almeja ajudar a humanidade a construir um novo mundo, será? Não, mentir não é errado, mas subjetivo, como roubar e matar. Se o operário mente para não entregar os camaradas que organizam a greve, ele está errado? Se os oprimidos na luta por sua liberdade passam à faca em alguns senhores, isso está errado? Se os operários tomam uma fábrica falida do patrão, a organizam e a fazem produzir, eles estão roubando? Não existem verdades eternas, “As idéias da classe dominante são, em todas as épocas, as idéias dominantes”. , Isso quer dizer, que as noções que muitas vezes temos sobre a justiça, sobre o estado, sobre certo e errado fazem parte das idéias que a classe burguesa nos impõe, através da escola, da mídia, da família, da religião etc. Por esse motivo, devemos ter consciência que mesmo em uma simples greve ou manifestação devemos enxergar as coisas do ponto vistas de nossos fins, que é o triunfo da classe trabalhadora sobre a burguesia. Nossa moral é a moral da classe trabalhadora e nossos fins justificam nossos meios. Isso quer dizer, que se a burguesia matar e roubar para lucrar, nós faremos o mesmo para chagar ao socialismo? Não. Não queremos uma revolução por meio da guerra, não compartilhamos de quanto pior melhor, pois sabemos que quem irá sofrer com isso são os trabalhadores. Sim. Não somos utópicos, não acreditamos que a burguesia se entrega sem lutar, gostaríamos muito disso, mas sabemos que ela não irá aceitar. E por isso, se for necessário, iremos usar de armas para alcançar nossos fins. Os fins dos trabalhadores é o fim de uma sociedade onde não haja nem explorado, nem exploradores. Onde o principal o objetivo seja o desenvolvimento humano, não os lucros. A Comuna de Paris e a Democracia Burguesa: O que faz uma revolução? “O estado um instrumento de exploração da classe oprimida.” (V. U. Lênin, O estado e a revolução). Muitos falam que o socialismo é uma ditadura e que devemos ser a favor da democracia, que no socialismo é impossível. Isso é totalmente errôneo. Pois o socialismo é a forma mais democrática o possível. Quando digo, que não defendo a democracia, estou dizendo que não defendo a atual democracia, pois ela é uma ditadura dissimulada. Se observarmos bem, o que vai a frente, em nosso país é dinheiro para banco, favorecimento de empresários e as leis que aumentam o ganho dos capitalistas sobre os trabalhadores. Que democracia é essa que não respeita as reivindicações da maioria do povo que quer educação, saúde e o direito a uma aposentadoria? Sou a favor da democracia operária. Na democracia operária o estado não mais tem membros em funções irremovíveis, qualquer membro pode ser cassado a partir do momento que não cumpre o seu mandato. Seus salários não são maiores que o operário mais qualificado. A justiça, o legislativo e o executivo formam um único poder, o poder da comuna. O exército, não mais é o braço da opressão. Todos os seus membros são eleitos. E ele não serve mais para defender o estado, mas a população. As grandes fábricas estarão sobre controle do estado e serão administradas por conselhos. Todos os dirigentes serão eleitos pelos operários. A sociedade administrara toda a sua riqueza e em conjunto decidirá como melhor desenvolver a distribuí-la. O Indivíduo e a Mudança da Sociedade “Ela virá, trará não somente o pão como também a poesia” - Trotsky. Meus camaradas, o capitalismo nos impede de desenvolver nossas capacidades. Temos uma função dentro do sistema e nosso trabalho vai ser gerar lucros para a burguesia, ao executar essa função. Somos médicos, mecânicos, professores, advogados, operários, camponeses esse sistema, além de nos obrigar na maioria das vezes a ser um mero apêndice da máquina, nos impede de desenvolver. Negam-nos o direito ao lazer, a cultura e a vida. Nos mantém vivo apenas para trabalharmos. Não há mais humanidade no capitalismo, nem possibilidade de vida nesse sistema, as bases do individualismo que o fundamentam só leva a humanidade cada vez mais a barbárie. Nesse sentido, o momento de crise que estamos vivendo nós dá possibilidade de por um fim a esse sistema, de mostrar a todos os trabalhadores que a crise é a crise do capitalismo, que eles devem se organizar que agora está na hora dos proletários tomarem o leme da história e sobre a base de uma sociedade sem explorados e exploradores. Para construir isso é necessário formar um partido que organize os trabalhadores, que lhe explique a crise, que lhe ajude a compreender que a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores. Esses indivíduos serão os guias da nova sociedade na qual justiça, igualdade e liberdade não sejam ideais, mas a realidade.
João Diego Leite

Nenhum comentário:

Postar um comentário