sábado, 16 de julho de 2011

Não vou me adaptar


Conversei com uma amiga sobre a mudança nas pessoas. Talvez seja a única certeza absoluta que podemos ter. Nada dura para sempre, tudo perece frente ao tempo. Tudo tem um início, meio e fim. Tudo tem que mudar. E um grego já sabia disso há muito tempo.

Com as pessoas é assim. Muitos nascem cristãos, mas morrem ateus. Nascem descrentes e morrem crentes. O fim assusta. Logo, por mais que nosso conhecimento diga que muitas coisas estão erradas e não são reais.  A pressão do meio é mais forte, muitos se adaptam.

Como a água toma a forma do recipiente, muitos preferem tomar a forma do meio. Preferem se deixar levar pelas margens opressoras, como dizia um poeta alemão.

Não condeno aqueles que assim preferem. Cada um sabe a cruz que carrega, mas não posso aceitar isso. Muitas vezes, conheço alguns exemplos, isso significa o fim da personalidade.

Desistem de lutar, por estarem calejados, por não conseguirem enxergar uma saída ou por quererem se livrar do incomodo. Trocam a farda pela vida civil. Não conseguem ver sentido nas dúvidas, mas vem na certeza de um cotidiano comum, sem nada além da simples rotina.

A idade é o grande vilão disso tudo. Ela pressiona, arrasta e pesa frente ao tempo. Ela nos amarra pesos aos pés que não nos deixam caminhar.

Não vou me adaptar, não deixarei me moldar. Se for preciso mudar, que seja o campo da batalha, que aprofunde os conceitos já assimilados e que a mudança vá ao encontro de nossa utopia.

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