sexta-feira, 3 de julho de 2009

4 de Julho

Sabe cara, têm algumas coisas que realmente preocupa-me em minha vida, uma delas é o tempo. Nossa vida é extremamente curta. Dominada pela rotina do trabalho, dividida nas horas, minutos e segundos do relógio. Comprimida, entre nossas obrigações, como amigo, trabalhador, filho ou qualquer outra coisa. Obrigações que na maioria das vezes cumprimos sem termos consciência do por que. Uma série de imposições mecânicas, que nos fazem agir como um robô. E pergunto-me, o quanto disso é vida? Nada. Nossa vida é uma verdadeira guerra, um combate por um significado, um sentido! A todo o momento nos enfrentamos com a rotina, que nos puxa para o inconsciente, para alienação e o comodismo. Lutamos constantemente contra as pessoas e contra nós mesmos. E nessa luta perdemos a noção do tempo que passamos nesse combate, das pessoas que deixamos dos amigos que perdemos, dos sonhos que abandonamos e de o quanto mudamos. O tempo mói qualquer sentimento. Quantas vezes de passar por alguma pessoa que eu nem mais lembrava que existia, muitas tinham sido muitos próximas de mim, e eu, talvez elas também, não lembravam mais um do outro. O fato de eu estar usando a palavra guerra e dar esse sentido a minha vida, não é causal. Pense bem, nossa vida no capitalismo é semelhante à guerra. A todo o momento nos deparamos com uma decisão que pode mudar nossas vidas. Mas cara, vamos falar do dia de amanhã, quatro de julho, é o dia da independência dos Estados Unidos e não tão importante, meu aniversário. - Quem diria um comunista nascer nesse dia!- e como falei, na luta nós perdemos a noção de tempo. Eu fui lembrar-me de meu aniversário algum dia atrás sempre soube que estava próximo, mas só tomei realmente consciência disso há poucos dias. Engraçado, não é? Mas, conclui uma coisa, se tem algo que vou comemorar amanhã, não são meus 22 anos, mas meus últimos seis. Os últimos seis anos foram, os em que dei sentido a todos os outros, foi quando descobri Marx, a filosofia e minha paixão pelos livros. Foi quando tomei consciência do quanto eu não sabia e de o quanto eu preciso aprender. Ao invés de ter servido o exercito e ter me tornando um oficial, como sempre quis, tornei-me um combatente da revolução, um militante da classe operária. Encontrei o sentido de minha vida na luta de classes, na luta pela revolução, servindo a outro exercito, ao exercito subversivo. Por isso, perdi a noção do tempo, estava ocupado demais com a militância, fazendo o que dá sentido a minha vida. Se for a quantidade de tempo que estou vivo que se comemora amanhã, então que comemoremos a parte mais útil.

2 comentários:

  1. Quando encontramos algo que dignifica nossa existÊncia chegamos perto da felicidade!
    Digo perto, por que acredito que ela é interior!
    Os fatores externos apenas a acordam.......
    FeliZ Aniversário!
    Te conheço o bastante para admirar!
    Parabéns por ser você!

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  2. Belíssimo texto!

    Parabéns pelos últimos seis anos de vida.
    Lutemos para que as próximas gerações possam ter mais tempo de "vida útil" pra comemorar e que os nossos próximos aniversários sejam comemorados na luta.


    Feliz aniversário camarada.


    P.S.: Vinte e dois anos!? Não eram sessenta?

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