sábado, 23 de maio de 2009

Resposta de Carlos Castro membro comitê Central Da Esquerda Marxista à Hernandez

Caro Hernandez, O Marxismo e o Leninismo deixaram também textos teóricos sobre tática e estratégia. Talvez a leitura do texto "Esquerdismo, doença infantil do comunismo" lhe dê algumas pistas sobre em qual organização o militante deve exercer sua militância. O dialogo estabelecido com Rosa Luxemburgo, neste texto, é significativo, sobre ficar ou não no partido operário degenerado ou sobre atuar ou não no parlamento; Outra coisa, o Marxismo também nos ensina a ter senso de proporção. Ocupar uma prefeitura com mil jovens num primeiro dia de manifestação não é um ato revolucionário, mas uma ação irresponsável, até porque temos uma experiencia histórica que nos colocou na contramão, esvaziando por completo as manifestações que vinham num crescente até ali. O fato ocorrido em Joinville, em 2003 já deveria ter lhe ensinado a agir com mais inteligencia, prudencia e tática. Naquele ano, alguns radicais agiram de forma unilateral, ou seja, sem qualquer discussão no coletivo, quebraram alguns onibus e deram os motivos para a Policia virar a praça da cidade num campo de guerra contra os estudantes que lembrou a ditadura militar. Voce esqueceu deste fato. Vou lembrá-lo de outro ocorrido a um ano. Voce sustentou a posição de alguns anarquistas de chamar num panfleto os vereadores de Ladrão, mesmo após eu ter me pronunciado contra e dito o que iria acontecer. Não deu outra, esta ação impediu a continuidade do movimento pela revogação do aumento escandaloso de salário dos vereadores (de R$ 6,400,00 foi para R$ 8,700,00) e o movimento saiu mais uma vez derrotado pela ação intempestiva de alguns. Pela experiencia que voce já adquiriu no movimento estudantil, deveria ser mais sensato e mais tático no movimento para reverter um quadro adverso (aumento escandaloso da tarifa do transporte coletivo em Joinville - 12,2%). Ao invés de ficar marcando posição com uma tática que seria infeliz, seria mais honroso reconhecer que errou e rever a posição para buscar unidade e ter flexibilidade para ganhar força num movimento que ainda capenga. Com ou sem voces, nós vamos até o fim. O tempo será mais uma vez o dono da razão. Prefiro ter voce junto conosco no combate. Mas não esqueça, nossa experiencia mostra que quando decidiram por ações intempestivas sem discutir anteriormente no coletivo para fazer uma avaliação dos prós e contras, nós fomos derrotados. Sobre ser ou não ser revolucionário, isto é a prática que mostra. Os ditos revolucionário que propõe medidas sangrentas, geralmente colocam o movimento numa fria. Espero que não seja esta sua intenção. Fraternalmente, Carlos Castro.

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